quinta-feira, 26 de junho de 2008

eu atravesso!

Você chega nas margens do rio e vê que a ponte ta meio cai não cai, vc tem 2 opções: ou atravessa e se arrisca ou fica esperando ver o que acontece com a ponte.

No velório de minha tia fiquei pensando: Pó ela lutou tão bravamente contra um câncer que veio de forma galopante, mas nunca ela se entregou. Vi que a gente às vezes não precisa ter em mãos um diagnostico de uma doença ruim, quantas vezes nós mesmos nos diagnosticamos e colocamos as tais doenças em nossas almas, olhamos nosso corpo saudável, mas vemos nossa alma se apodrecendo, por nos sentirmos culpados, fracassados, por sempre achar que poderíamos ter feito mais ou de maneira diferente ou melhor.

Daí sentamos, nos fechamos na nossa concha que ainda temos a ousadia de dar o nome de vida e ficamos lá, apenas observando o tempo passar, vendo a vida indo embora.
Fiz isso comigo nesses 6 meses, desde o começo do ano que tenho passado por muitas, e hj pude ver o quanto minha alma tava impregnada, o quanto me sabotei diante da vida. Não quero mais ser a covarde, não sou um carro que quando estraga é só trocar ou manda arrumar. Não ! Sou gente!

Vou colocar meu colete salva-vida, vou atravessar esta ponte e se ela quebrar quando eu estiver bem lá no meio, não faz mal: deixo a correnteza me levar e quem sabe aporto numa bela margem de um rio bem calmo.

... Eu não vou mais me menosprezar
Me diminuir e assim me recolher
Eu não vou mais tocar na mesma tecla
Desse piano mudo, eu sei que assim eu só me iludo
Eu vou mudar de instrumento
Eu vou bater aquele surdo dentro da minha cabeça
Que é pra ver se eu escuto...[isabella taviani]

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